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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

OS 24 MINUTOS FINAIS



(Austrália, 20 de Janeiro de 2000, pm)

Era uma vez uma guerra entre os semideuses e os demônios. Os
semideuses vieram a terra, a Índia, onde havia um poderoso rei
chamado Khatvanga Maharaja. Eles pediram ajuda a esse rei – para que
ele se tornasse o general deles, o líder deles. E o rei disse a
eles, "Sim, estou indo". E ele foi para o campo de batalha. Era uma
guerra muito grande e finalmente o rei derrotou os demônios. Alguns
deles foram mortos, e o resto fugiu. Todos os semideuses então
disseram ao rei, "Nós lhe daremos qualquer bênção que você queira.
Daremos tudo que você quiser". O rei disse, "Na verdade, eu quero a
salvação desse mundo, e eu quero servir a Suprema Personalidade de
Deus". Os semideuses disseram, "Nós não somos capazes de lhe dar
isto. Você pode pedir outra bênção". O rei disse então, "Vocês devem
me dizer quando a minha morte chegará". Eles responderam, "Muito em
breve; em 24 minutos". Ele, então, pediu isto, "Vocês devem me levar
imediatamente para a Índia, para a terra". E assim eles fizeram.
Quando o rei chegou, a metade do tempo já havia passado e restavam
apenas 12 minutos. Ele se sentou na postura de lótus como um muni e
se concentrou nos pés de lótus de Krishna. Desta forma, em um
instante, ele foi liberado; e ele teve a oportunidade de servir aos
pés de lótus de Krishna.

Mesmo um instante pode nos dar tudo isso; mas o que vocês estão
fazendo? Nós não estamos ocupados em bhakti pura. Nós temos tantas
necessidades mundanas. Para manter a nossa vida, nós ficamos ocupados
em tanta aropa-siddha bhakti (a execução daquelas atividades que
possam parecer devocional mas que na verdade não são. A
palavra 'bhakti,' ou 'devoção,' é particularmente sobreposta na
atividade). Estamos muito ocupados resolvendo nossos problemas
materiais. Por mais que tentamos resolver esses problemas,
entretanto, mais problemas surgirão como as ondas do oceano – um a
um. Nós pensamos, "Oh, se eu atravessar este aqui, tudo ficará bem".
Mas, ao invés disso, vemos, "Oh, agora tem mais problemas!" Então,
não tentem fazer tudo isto. O que devemos fazer? Devemos cantar e se
lembrar de Krishna. Assim, automaticamente todas as ondas de
problemas serão resolvidas, e a manutenção também será realizada.
Tudo será feito. Devemos apenas tentar resolver o problema de como
realizar o serviço a Krishna, e especialmente como realizar Vraja-
bhakti. Se você quer um pouco de dinheiro, você pode consegui-lo com
pouco esforço. Entretanto, se você quer uma coisa mais elevada, você
deve fazer muito esforço. Não se alcançará isto rapidamente. E o que
é esta coisa mais elevada? Prema-bhakti. Você terá de dar o seu
precioso tempo – tudo – por isto. Você terá que ser um mendigo, e não
tem nenhum problema quanto a isso.

[Srila Narayana Maharaja gesticulou em direção a foto de Srila
Prabhupada na parede oposta.]

Oh, veja Srila Svami Maharaja sorrindo. Talvez essa foto seja de seus
últimos dias?

Devoto: Foi na Austrália em uma caminhada matinal no jardim botânico
em Melbourne.

Srila Narayana Maharaja: Em que ano?

Devoto: Eu não lembro… no começo dos anos 70… 1974.

Srila Narayana Maharaja: (Em seu naravat, passatempos humanos) ele
também era assim no início, em sua juventude. Ele estava resolvendo
muitos problemas, mas então ele fez assim. [Srila Maharaja levantou
as mãos como em total rendição.]

Suponha que alguém venha matá-lo. Se você estiver fazendo isto e
aquilo, ele tentará matá-lo. Mas se alguém vem matá-lo e você levanta
suas mãos, então...

Madhava Maharaja: A bandeira branca da rendição.

Srila Narayana Maharaja: Srila Svami Maharaja 'se rendeu' em Mathura
(quando ele foi lá como um vanaprastha). Ele foi um acarya muito
poderoso. E aquele acarya poderoso estava servindo a todos – meu
Gurudeva e os outros.

Vocês estão me vendo. Eu não tenho nenhum problema – nem mesmo um
problema com a morte. Nunca tive qualquer problema, e eu acho que não
terei nenhum problema para resolver no futuro. Minha única
preocupação é com o benefício espiritual de vocês. Tentem entender
isto.

Depois da grande batalha de Kuruksetra, como contado no Mahabharata,
todos foram mortos com exceção de Krishna e dos Pandavas. E, do outro
lado, Krpacarya, Ashwathama, e Krtavarma foram abandonados.
Praticamente todos foram mortos. Uma pessoa cega, que na verdade
havia criado todos os problemas, também estava lá para realizar estas
coisas. Quem era aquela pessoa cega? Maharaja Drtarastra. Naquela
época, havia uma única pessoa cega, e hoje todos são cegos. Nós não
temos uma fé forte em Krishna e em Krishna bhakti, e desta forma
somos todos cegos.

Então, a guerra havia acabado, todos estavam mortos e os Pandavas
estavam chorando muito. Eles se lamentavam falando assim, "Nós
matamos todo mundo. Agora só existem viúvas na Índia". Apenas as
viúvas continuavam vivas e todos estavam chorando. Yudisthira
Maharaja e todos os Pandavas pensaram, "Nós somos a causa principal
de toda a destruição. Por que fizemos isto? Devemos desistir de todo
este reino e nos tornar mendigos". Mas Krishna disse a eles, "Vocês
devem se aprontar. Estamos indo visitar o Avô Bhisma. Ele ainda está
vivo". Bhisma Pitamaha (avô) era muito poderoso e era capaz de
suspender sua própria morte por 6 meses. Uma bênção lhe foi dada para
que ele deixasse o corpo quando quisesse. Do contrário, a morte
estaria esperando por ele; e a morte já estava esperando há 6 meses.
Krishna reuniu todos os 5 Pandavas e Draupadi e foram todos até
Bhisma Pitamaha—onde ele estava deitado em sua cama de flechas, e seu
corpo inteiro estava perfurado pelas flechas. Os 5 Pandavas e
Draupadi oferecem pranama (reverências) a ele e sentaram-se aos seus
pés. Quando Bhisma Pitamaha viu Krishna, ele ofereceu pranama com os
olhos, por que suas mãos e tudo mais estavam perfuradas pelas
flechas. Com os olhos, ele orou a Krishna para sentar-se em frente a
ele – muito próximo. Então, Krishna sentou-se muito próximo, e os
Pandavas se sentaram aos seus pés.

Krishna disse, "Oh, Bhisma Pitamaha, você é um devoto tão elevado e
conhece todo o Vaisnava-tattva. Você deve acalmá-los. Eles estão
muito preocupados, achando que mataram muita gente – todos". Quando
Pitamaha começou a contar algo, Draupadi estava sorrindo. De que
jeito ela estava sorrindo? Ela estava escondendo o sorriso por trás
do véu. Ela não estava gargalhando, "Ho ho, ho…", mas estava rindo.
Bhisma Pitamaha olhou para ela e perguntou, "Minha querida filha
Draupadi, por que você está rindo? Eu quero saber". Draupadi
respondeu de forma muito humilde, "Oh, Bhisma, você está a ponto de
transmitir conhecimento, mas onde estava você quando Duryodhana
estava tentando me deixar nua? Você está dando uma aula com tão
elevado conhecimento, mas onde estava você naquela ocasião?". Bhisma
muito humildemente disse, "Minha querida filha, naquela época eu
recebia minhas refeições de Duryodhana, o demônio. O humor do demônio
estava ali – naqueles alimentos. Naquela época eu estava ciente de
todas essas coisas, mas eu era muito fraco. Naquela época eu não
podia detê-lo. Eu não conseguia controlá-lo. Eu achei que Duryodhana
ficaria infeliz, e eis por que, por fraqueza, eu não
consegui. Mas agora, 6 meses já se passaram. Todo o meu sangue se
foi, aquele gerado pelos alimentos dele. Não apenas o sangue, outras
substâncias corpóreas, tudo se foi. E agora, o meu coração está puro;
especialmente agora que eu obtive o darsana de Krishna. Eis por que
sou capaz de falar agora".

Draupadi ficou satisfeita. Então, Bhisma Pitamaha disse, "Oh,
Maharaja Yudisthira, Bhima, Arjuna e todos os Pandavas.

Ouçam com atenção.

Havia uma viúva que tinha um único filho de 12 anos – muito belo e
qualificado. A senhora costumava adorar e servir as deidades de
Narayana. Todas as manhãs ela costumava colher flores e executar
arcana. Um dia, ela estava ocupada em outra tarefa e pediu ao
filho, `Oh, meu querido filho, vá colher algumas flores e volte'. Era
Brahma Muhurta (o período de tempo que leva 90 minutos do amanhecer
até o nascer do sol). Era o final da noite, estava escuro e um pouco
nublado. O menino entrou na floresta e começou a colher flores de um
arbusto - beli, chameli, e outras. Enquanto ele colhia flores, uma


cobra muito venenosa com capelo e um dente enorme o mordeu, e em um
instante o menino caiu e morreu. Um caçador vinha por aquele caminho
e viu que, sem nenhum motivo, a cobra havia mordido e matado o
menino. O caçador conhecia um mantra para controlar a cobra e,
colocou a cobra num pote de barro, pegou o corpo morto do menino, pôs
nos ombros e foi até a senhora viúva. Ela estava esperando pelo filho
e quando viu aquilo disse, `Oh, meu filho está chegando'. Ela
percebeu, entretanto, que não era o filho dela mas somente o corpo
morto dele. `Oh, o que aconteceu?' ela perguntou. Ela começou a
chorar e a bater em seu coração".

"Ela gritava, `Oh, Deus, o que aconteceu? Ele era a única bengala de
meu eu cego'. Do mesmo jeito que uma pessoa cega usa uma bengala,
assim o filho era como uma bengala para ajudá-la na velhice. `O que
aconteceu?' Ela desmaiou e depois de algum tempo, quando ela recobrou
a consciência, o caçador contou, `Mãe, eu estava vindo por aquele
caminho. O menino estava apanhando flores. Ele não fez nada de
errado, mas essa serpente escura veio e o mordeu. Agora, você deve me
ordenarque eu mate e queime essa cobra até que ela vire cinza,
imediatamente".

"O caçador disse isso várias vezes – 2, 3, 4 vezes – mas a senhora
viúva ficava somente chorando e se lamentando. Finalmente, ela disse
a ele, `Oh caçador, se você matar essa cobra e queimá-la isto trará o
meu filho de volta a vida ou não?' O caçador começou a pensar e
respondeu, `Oh, o seu filho não pode mais viver'. Ela disse, `Então,
por que você quer futilmente matar a cobra? Liberte-a'. O caçador
novamente respondeu, `Oh, eu não posso fazer isto por que essas
cobras são muito perversas e estão sempre zangadas. Sem qualquer
motivo elas mordem os outros'. Animais como estes – cobras,
escorpiões, ratos – irão cortar em pedaços as suas roupas sem
qualquer propósito. E os cupins vão se multiplicando e derrubarão o
seu teto, e, depois de algum tempo, toda a sua casa estará acabada.
Se você guardar qualquer tecido ou outra coisa – eles gostam dessas
coisas `muito preciosas' – em um segundo eles pegam tudo".
O caçador continuou, 'Então a cobra deve ser morta. Caso contrário,
no dia seguinte ela matará outra pessoa, morderá outra, e depois mais
outra. Eu devo acabar com essa cobra.' Novamente a viúva o
proibiu, 'Oh, você não deve matá-la. Por favor, liberte-a.' Mas ele
disse a ela, 'Eu não farei isto, eu vou matá-la. Por que ela mordeu
seu filho?'

O caçador estava a ponto de matar a cobra quando a serpente
disse, `Por que você está me matando? Eu não fiz nada errado. Por que
eu não mordi os outros? Por que somente essa criança? Kala veio até a
mim. Você conhece Kala? O tempo chegou. A morte veio e disse para
mim, "Você deve morder esse menino." E assim o fiz'.
Então, o caçador respondeu, 'Isso não tem lógica. Se alguém morder ou
matar uma pessoa sob a ordem e inspiração de outra pessoa, então
ambas são culpadas. Então, você deve ser punida; e a tal kala também
deve ser punida. Eu irei matar você. Isto não tem lógica'.
Imediatamente kala apareceu na forma de uma pessoa, e disse a
ele, 'Oh caçador, por que você está me acusando?' E disse para a
serpente, 'Por que você está me acusando? Eu não sou a causa; eu nada
disse. A razão é esta: no nascimento passado esse menino matou aquela
cobra que tinha adquirido a forma de ser humano; e então suas
atividades, nesta forma, se tornaram kala. Então eu, através de você,
o mordi. A causa não sou eu mesmo; foram as próprias atividades dele.
Nesse mundo ninguém é amigo e ninguém é inimigo'

Nós devemos tentar se lembrar disso. Se alguém lhe insultar, bater ou
abusar de você, não o considere um inimigo. As suas atividades são os
seus inimigos. Como devem ser as suas atividades de agora em diante e
no futuro? Não critique, não ofenda, não faça nada errado. Do
contrário, suas atividades irão voltar e fazer isto.
Neste mundo, então, ninguém é inimigo ou qualquer coisa. Sri Narada
Gosvami costumava ir a Kamsa Maharaja, e Kamsa costumava pensar, "Ele
é meu guru". Depois disso, Narada ia até Vasudeva Maharaja e ele
também costumava pensar, "Ele é meu guru". Narada Rsi uma vez foi até
Kamsa e disse, "Oh, por que você está esperando? Por que você não
está matando todos os filhos de Vasudeva? Quando eles vierem todos
juntos, o que você fará? Então você deve ir. Eu fui até Kailasa, e eu
estava presente no conselho de todos os semideuses quando eles
estavam tramando uma conspiração e planejando como matar você. Os
semideuses agora tomaram nascimento nas dinastias Yadu e Vrsni e irão
matá-lo se você não ficar atento. Então, você deve ficar atento".
Depois disso, quando ele foi até Vasudeva Maharaja, Narada Rsi
disse, "Oh, não se preocupe. Os tempos ruins acabaram para você.
Agora, muito em breve, o oitavo filho de Devaki irá matar Kamsa.
Então, espere um pouquinho; só um pouquinho. Não se sinta tão fraco".
Narada Rsi sabia de tudo.

Vocês devem tentar executar bhajan sempre, e não pensar, "Ele me
insultou. Ele é meu inimigo. Ele é meu amigo". Não sejam assim. Os
únicos amigos são Krishna e Guru. É muito difícil, muito raro,
encontrar um devoto verdadeiro, um amigo verdadeiro, que, sem
qualquer desejo de ganho pessoal, fará o bem a você e sempre pensará
no seu bem-estar. Sua esposa, seus filhos, e seus amigos irão sempre
enganar você, e tentarão buscar a gratificação dos seus próprios
sentidos – não em seu benefício, para que você seja feliz. Tentem
entender todas estas coisas.

A riqueza também não pode salvar vocês. Tentem compreender isso.
Sejam unidirecionais a Krishna, e tentem ser felizes, sem qualquer
problema. Sendo o único problema, "Oh, como posso alcançar Krishna?
Oh, onde está Vrajendra-nandana? Onde está Vrajendra-nandana? Onde
está Radhika?" Às vezes em Vrindavana, às vezes aqui e ali – como
Srila Rupa Gosvami e outros. Como Srila Bhaktivedanta Svami Maharaja
disse, "Meu escritório é em Bombay, meu sadhana-ksetra (local de
sadhana-bhajana) é em Mayapura, e minha morada é em Vrindavana". Em
seus últimos dias ele ficou lá em Vrindavana. Sempre pense em
Vrindavana, Vrindavana-candra e Vrindavana-candri.

(extraído de www.purebhakti.com, sob a guia de Pujyapada Vana
Maharaj)

tradução e revisão: colaboradores do Instituto Vidya Nagar

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hare krishna !reverencias a todos os leitores e devotos do senhor krishna !

este blog esta em construção , vou tentar condensar aqui as aulas do site bhakti brasil que encontrar on line .jaya srila gurudeva !

Yuga Acarya Srila Bhaktivedanta Narayan Goswami Maharaja Ki Jay Ho!!!